ANFITRIÃO DE OURO LTDA
Aluguel por temporada movimenta R$ 9,9 bilhões na cidade do Rio, diz FGV
A atividade de aluguel por temporada movimentou R$ 9,9 bilhões na economia da cidade do Rio de Janeiro no ano passado, de acordo com estudo inédito feito pela Fundação Getulio Vargas (FGV). No estado do Rio, o impacto das acomodações do Airbnb, principal plataforma de hospedagem do mundo, foi de R$ 17,8 bilhões, levando em conta os diversos municípios onde a empresa está presente.
Segundo a FGV, para cada R$ 10 gastos com hospedagem, outros R$ 52 são direcionados a setores como transporte, alimentação, comércio e entretenimento. Na cidade do Rio, em 2024, essas despesas extras representaram R$ 2,9 bilhões em renda adicional para diversos negócios, sustentando 61,6 mil empregos. Por outro lado, os anfitriões, donos dos imóveis, somaram uma renda complementar de R$ 1 bilhão.
— O turismo tem uma força muito grande para a economia do Rio. E o estudo reforça a importância desse ecossistema com as hospedagens por temporada e sua relevância na arrecadação de receita, tanto para os diversos setores quanto para quem coloca seu imóvel na plataforma — disse Fiamma Zarife, diretora-geral do Airbnb para a América do Sul, em entrevista ao GLOBO.
Segundo a executiva, o Rio de Janeiro é um dos principais destinos do Brasil, um dos países com maior crescimento global da empresa. No primeiro trimestre deste ano, houve alta de 27%, ritmo que se manteve no segundo trimestre.
— Somente com o show da Lady Gaga neste ano foram mais de 60 mil turistas no Rio. Em paralelo aos hotéis, as hospedagens complementam essa demanda onde não há rede hoteleira — disse ela, lembrando que o estudo da FGV foi feito com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).
Apesar do impacto econômico, o Airbnb vem sendo alvo de regulamentação em diversas cidades do mundo, como Nova York, nos Estados Unidos, e Barcelona, na Espanha. No Rio, também há discussões na Câmara dos Vereadores.
— Sempre buscamos sentar com o governo para criar boas políticas. Já vimos que, em cidades como Nova York e Barcelona, ao criar restrições, houve efeitos colaterais, como aumento do preço dos imóveis e hotéis. E também não se resolveu o problema do excesso de turistas e de moradia.